segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Com que lâmpada eu vou?

Conheça as vantagens e desvantagens de cada tipo: incandescentes (as mais comuns no mercado), fluorescentes e as grandes promessas – as de LED

A lâmpada incandescente, que pouco mudou desde a sua invenção em 1879. É a mais popular, a mais barata e a que mais gasta energia.


A lâmpada fluorescente se popularizou no Brasil depois das ameaças de apagão em 2001. Gasta de 60% a 80% menos energia que a incandescente, mas é mais difícil de ser reciclada e tem uma luz mais oscilante.

A lâmpada de LED ainda é menos comum: custa cerca de R$ 120, bem mais que as incandescentes (R$ 2) e fluorescentes (R$ 5).

A vantagem do LED é sua eficiência (quase todo o calor gerado é usado para produzir luz, o que se traduz em economia de eletricidade) e, sobretudo, sua durabilidade: 45 anos, segundo os fabricantes.

O norte-americano Thomas Edison inventou a lâmpada em 1879. Em algumas décadas, a eletricidade tomou conta de vários cômodos e utensílio – como imaginar, hoje, a vida sem micro-ondas, televisão, computador, secador de cabelo, elevador e chuveiro elétrico?

Agora, a indústria da iluminação promete mais uma revolução: a lâmpada de LED. O princípio é o mesmo de uma lâmpada incandescente: a corrente elétrica passa por um material semicondutor que vai transformar a energia em luz e transmiti-la. Simples assim. A diferença é a qualidade do material: enquanto na lâmpada comum a corrente passa pelo filamento de um metal chamado tungstênio, que libera a energia na forma de 95% de calor e 5% luz, a lâmpada de LED converte essa energia quase toda em luz.

“A lâmpada incandescente é como se fosse um ferro: conforme passa a corrente elétrica, o filamento vai esquentando até ficar vermelho, incandescente como um ferro. E o tungstênio aguenta bastante calor, mas o filamento é fino e, com o tempo, vai se desgastando até romper. Por isso é que quando você balança uma lâmpada queimada faz aquele barulhinho”, explica o engenheiro elétrico Filipe Scoton. O segredo do LED é um material chamado diodo, cuja composição lembra bastante um chip de computador. Ele emite luz, daí o nome LED (Light Emitting Diode, “diodo que emite luz”).

Já a fluorescente tem funcionamento um pouco mais complicado: trata-se de um tubo de vidro “untado” com uma solução à base de fósforo. Ela recebe uma descarga de gás e radiação ultravioleta; esses dois componentes, mais o fósforo das paredes internas, provocam uma reação que emite luz. É por isso que, quando a lâmpada já está mais para lá do que para cá, sua luz oscila – sinal de que o gás já não dá conta das reações. Uma das implicações dessa tecnologia é que quase não gera calor (afinal, sua luz provém de uma reação química, não do calor). Como o desperdício de energia é menor, é mais eficiente do que a lâmpada comum: um modelo fluorescente de 15 watts produz uma luz proporcional a uma incandescente de 60 watts.

Do ponto de vista ambiental, o LED ganha. “É o modelo que menos consome energia e, por tabela, causa menos impacto ambiental”, afirma Glaucco Morais, especialista em tecnologia da informação. No que diz respeito à reciclagem, a lâmpada fluorescente é menos prática. É que, além de vidro e fósforo, nela existem também elementos que podem ser tóxicos ao ambiente, como o gás de mercúrio. Por isso é que elas não podem ser deixadas junto com o lixo comum. Já a de LED, composta de vidro e silício, e a incandescente, vidro e metal, são totalmente recicláveis.

Em relação a consumo, a incandescente é a que mais gasta energia, seguida pela fluorescente e a de LED, empatadas: podem economizar até 80% de energia, comparadas com as lâmpadas do primeiro tipo, justamente as mais comum do mercado. Na durabilidade, o LED é incomparável: segundo os fabricantes, a vida útil é de 45 mil horas, o que equivale a 45 incandescentes e dez fluorescentes.
A desvantagem é que uma lâmpada desse material é a mais cara da lista, em torno de R$ 120 — bem mais que uma incandescente de 60 Watts (R$ 2) e uma fluorescente (a partir de R$ 5).

Mas, segundo Glaucco Morais, esse cenário tende a mudar: “Com o tempo, a lâmpada de LED deve ficar cada vez mais barata. A demanda por ela vai ser maior, a produção vai aumentar e o preço deve baixar”, prevê. Mas será que um dia o preço vai se comparar à bagatela da lâmpada incandescente? “É bem provável”, arrisca Scoton. E compara: “O computador, que tem quase todas as peças internas feitas de silício como o LED, foi barateando ao longo dos anos. Silício vem da areia, e areia é o que não falta”.

De qualquer modo, do ponto de vista do custo-benefício, a lâmpada de LED já é a melhor opção. O investimento inicial ainda é muito elevado para, por exemplo, colocar o material em todas as luminárias da casa ou do apartamento.
Mas se o LED realmente mostrar que tem a durabilidade prometida, talvez não seja má ideia gastar R$ 120 por uma lâmpada que pode durar 45 anos gastando 20% da energia gasta uma lâmpada comum.



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